A literatura que provoca o êxtase. O êxtase que tece as histórias. As histórias que foram contadas por Antonio Carlos Viana. Com o propósito de se debruçar sobre as palavras e a obra do autor sergipano, começou nesta terça-feira, 12, o I Encontro Bienal Sergipano de Literatura, organizado pelo Centro de Educação Superior a Distância da UFS (Cesad). A programação segue até amanhã, 13, e conta com palestras, oficinas e apresentações artísticas.
Muitas foram as histórias compartilhadas na mesa de abertura. Com um tom intimista, a conversa entre os palestrantes e o público remontou a biografia do escritor e revelou uma face menos publicizada de Viana: o autor por trás de suas histórias.
A organizadora do evento, Maria Oscilene de Souza Fonseca, do Cesad, foi aluna de Antonio Carlos Viana e escreveu sua dissertação sobre sua obra. Ela conta que tê-lo como homenageado desse evento, para além de falar da literatura que Viana produziu, é promover a expressão da arte em suas diversas maneiras.
“Antonio Carlos Viana, além de escritor, foi professor desta universidade. Conheço a obra dele e quando Ana Leal, diretora do CECH, trouxe a proposta do encontro pensamos em falar sobre o que mais importava para ele: a literatura e a expressão da arte em toda sua consciência”, diz. “Trabalhamos o tempo inteiro com pessoas que conheciam o Viana, seus amigos próximos, tentando fazer com que tudo saísse mais ou menos ao gosto dele”.
O evento contou também com as presenças do professor Antônio Ponciano Bezerra, do Departamento de Letras Vernáculas (DLEV), e de Roseneide Santana, servidora do quadro técnico-administrativo, formada em Letras Vernáculas, ex-aluna e amiga de Antonio Carlos Viana.
Vida e obra
Roseneide Santana conheceu Antonio Carlos Viana quando ainda estava na graduação. Aluna e admiradora do autor, ela, quando terminou seu curso de Letras, virou amiga e vizinha, vivendo grandes momentos da sua vida ao lado do autor.
Alguns desses momentos foram compartilhados durante a manhã de hoje, na abertura do evento. “Ele foi alguém muito apaixonante. Eu gostava muito da obra dele e de quem ele era por trás do autor: o ser humano Antonio Carlos Viana e a maneira como isso se traduzia em sua literatura”, contou. “Sinto-me privilegiada por ter sido aluna e depois ter me tornado amiga. Ele sempre me despertou e me fez reconhecer meu papel no mundo”.
A literatura de Antonio Carlos Viana sempre esteve focada em tratar de temas sociais mais espinhosos, como o despertar da sexualidade, a infância e os trabalhos subalternos. “Ele não é apenas um escritor observador, mas um observador de um sofrimento real e abrangente, que pega a menina que está no mangue e a faxineira”.
O autor publicou livros didáticos, traduziu obras e escreveu seu nome na literatura brasileira com seus livros, sendo os dois últimos, Cine Privê e Jeito de matar lagartas, ganhadores do Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APC). O autor faleceu em outubro do ano passado.
Evento
Edvaldo Santos Felix é estudante de Letras Vernáculas e esteve na plateia durante a abertura. Ele conta que já tinha tido experiências com a obra de Antonio Carlos Viana.
“Particularmente esse evento é importante, principalmente para nós da área de Letras; afinal, além de escritor, ele também foi professor aqui da UFS. É preciso que saibamos qual a literatura que ele produziu para que consigamos passar isso para nossos futuros alunos”, disse. “Sou apaixonado pela obra de Viana e pela literatura produzida aqui no estado”.
A programação segue até a tarde de amanhã, 13, no campus de São Cristóvão, e conta com palestras e oficinas.
Ascom
comunica@ufs.br