Mais de 5 mil jovens de 250 escolas públicas e particulares participaram da 38ª edição dos Jogos de Primavera de Sergipe, durante três meses. A festa de premiação e encerramento aconteceu em 19 de agosto, na Arena Batistão, em Aracaju. O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe (Codap/UFS) participou dos jogos nas modalidades basquetebol feminino 3x3, natação, ginástica artística e judô, e medalhou em todas.
Os Jogos de Primavera são um evento esportivo disputado por alunos com faixa etária entre 11 e 17 anos. A organização é da Secretaria de Estado, do Esporte e da Cultura de Sergipe (Seduc). A edição deste ano ocorreu na cidade de Capela (SE). Por conta da pandemia, em 2020 não houve competição, e em 2021 foi realizada uma edição reduzida.
Desafios
O Codap sempre participou dos jogos, mas não tinha uma base de treinamento e aulas regulares de esporte. No basquete, um projeto de extensão possibilitou a expansão da escolinha de treinamento. Atendendo também jovens da comunidade – por se tratar de uma atividade de extensão – a escolinha retornou aos treinos pós-pandemia há cerca de quatro meses.
“Para a gente é muito importante participar destes jogos da primavera, são os jogos escolares de maior tradição do nosso estado”, diz Mariza Guimarães, professora de basquete. “Para nós, o processo é tão importante como ganhar, para que a gente consiga jogar bem e ter como retorno o ganhar uma medalha”, completa.
Segundo Mariza, apenas três colégios públicos participaram das competições de basquete, sendo que no feminino o Codap foi o único colégio público. Segundo a professora, o treinamento exige equipamentos, e para um colégio público sempre há essa dificuldade .“Hoje só temos quatro bolas de basquete, aí você se pergunta como é que treina uma equipe de basquete com quatro bolas, tem toda essa questão do colégio público a gente ter dificuldade”, pondera. “[Mesmo assim] mostramos que podemos fazer um trabalho de qualidade, mesmo com as dificuldades”, acrescenta.
Para a Vice-diretora do Codap, Éccia Barreto, é imprescindível ter o compromisso com a educação física e também com os esportes. “Aqui o trabalho da educação física não fica limitado somente aos esportes, mas trabalha várias questões, como a relação do corpo com o meio”, afirma. “A participação nos jogos é muito mais importante do que a medalha, a medalha ela pode vir ou não, mas sim, você querer participar e querer está presente e também em representar o colégio de aplicação", completa Éccia.
Um exemplo dessa inclusão é a participação do aluno Vinícius Santos, matriculado no sexto ano. Ele tem 12 anos e possui uma baixa visão monocular. Participou das competições na modalidade de natação, nos jogos de primavera ganhou medalhas: duas de bronze e uma de prata. Concorreu também na regional das paraolimpíadas escolares 2022 em Natal/RN, e também, foi medalhista.
Gustavo Farruk tem 17 anos, participou dos Jogos na modalidade judô, sendo o último ano em que atuou na categoria sub-17, conquistando a medalha de bronze na categoria 81 quilos. “Como a maioria dos atletas que praticam judô são de alto rendimento e costumam jogar nos campeonatos brasileiros e sul-americanos, utilizam os jogos escolares como uma forma de treinamento, e é um incentivo maior para que ele pratique o esporte”, conta Gustavo.
Maria Flor e Isaac Malta, alunos do colégio de aplicação fazem parte do time de basquete e treinaram juntos para os jogos – por conta da limitação dos equipamentos e espaços para treinamento, as equipes feminina e masculina se prepararam juntos.
A conquista do segundo lugar, então, foi motivo de muita comemoração para as atletas. “Sou aluna do Codap desde 2017 e representar a escola que eu sempre admirei bastante é muito gratificante e me sinto muito feliz”, festeja Maria Flor.
“Fazer meu esporte é uma sensação muito boa e, mesmo não ganhando a maioria dos jogos, é muita dedicação e experiência”, diz Isaac Malta. “Nos próximos jogos ganharemos”, projeta, otimista.
Ascom UFS
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